A Semana Santa de Ouro Preto que desde o século XVIII é celebrada sendo um ano na paróquia do Antônio Dias e em outro na paróquia do Pilar. Esse ano não percorrerá nenhuma das paróquias. Ela será silenciosa, sem bandas ou o tão tradicional cheiro de manjericão, incenso e velas que invadem as ruas da Vila.
A pandemia do novo coronavírus, isolou e fechou essa tradição nas igrejas. A tradicional celebração ficará guardada no coração dos ouropretanos, mas não silenciada na fé de cada morador ou turista que oram ou admiram essa manifestação religiosa.
Imagens ficarão nas igrejas, os Passos cerrados, bandas permanecerão em suas sedes, Anjos de Prata não sairão. Entretanto, no coração dos ouropretanos, principalmente os de longa jornada, não deixarão essa manifestação de FÉ, que ressoa como os sinos das igrejas e fortalece o sentimento da Vila sem enfraquecer.
Esses dias, que serão de quarentena, os moradores da cidade, se isolam e continuam a professar a fé. Expõem nos balcões das sacadas e janelas as tradicionais colchas e mantas que se dobram em tom de respeito, para esperar a procissão que não passará. Mas o sentimento das Marias, Joanas, Rosas e Josés se curvam em respeito a tradição secular.
Ano passado, aconteceu um momento ímpar durante a celebração da Semana Santa. A imagem do Senhor dos Passos, que pertence à paróquia do Antônio Dias, não pôde seguir o seu trajeto permanecendo na Igreja de Nossa senhora das Mercês e Misericórdia, localizado na paróquia do Pilar. De acordo com dona Luciana, moradora de Ouro Preto, esse foi um momento raro, pois o filho (Senhor dos Passos)dormiu na casa da mãe, (Senhora das Mercês).
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| Registro realizado na Igreja das Mercês e Misericórdia no dia 14-04-2019, Procissão do Encontro |
E é assim, com esse jeitinho mineiro que segue o sentimento pelos becos e ruas da Vila, seja nas casas do centro ou dos bairros, uma vela ou uma oração independente da religião, reverbera e o desejo é o mesmo, voltar a seguir as tradições e caminhar pela Vila Rica.
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