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VALQUÍRIA, ADEUS!


Valquíria, Adeus!
Quando o tempo devaga ou faz hora
O recente e o distante viram agora
Filmes e seus fragmentos batem o pé
Lembrando-me o quão florido é
Todo início em detalhes que fica
Insistindo muito para não ir embora.

Antes havia distância e frieza
Auto-defesa a uma possível tristeza
Mas desta vez a aproximação veio
Um princípio evidente como um axioma
Que não brecou o experimento do meio
Sentindo que tão logo não estaria
A menina semi-nua sentada à mesa.

Porém, vendo-a perdida e confusa
Àqueles dias também pra mim vazios
Uma arquitetura e fuga a nós eu bolo.
Vi, li e ouvi muito para não fazer
Foi então até lá o meu lado paterno
Com que eu me enrolo
E respeitando condições a mim dadas
Enfim ela mesma se pôs em meu colo.

Hoje enxergo com um maior alcance
Vejo que é muito mais que descabido
Buscar de novo no que seria um amigo
Tendo tanto concordado com o perigo
De um envolvimento
Por que raios a mesma passa lamento
Quando pra zero cai a maldita chance
E o amor é redirecionado num relance?

Que respeito se dá
A nós, amigos, familiares e à Bossa
Que automaticamente nisso envolvemos
Se nem sequer por um mês curte a fossa?
Que respeito se dá
Quando o dia do término é o do começo
E por achismo acha que mereço
Seu desapego repentino à prosa tão nossa?


Talvez eu mereça
Por minha grosseria e estupidez frontais
Sem outras mulheres e tais
A verdade não dita em três papos finais
Fui duro em paralelo a minha ternura
Nos remetendo a uma família futura
Talvez eu mereça
Saber que pra você um amor eterno
Só até o subsequente dura.

Devo ser tão idiota a tal ponto
De somente eu ver tudo tão pronto
E ver uma ou outra por dias ausência
Integralmente invalidada pela permanência
E então perceba que esse não ímpar ato
Diga porque nunca fui embora de fato
Depois de tanto agora enfim me vem
Que pra você mudança é sinônimo de alguém.

Já entendo o motivo de tanta desconfiança
Pra você algo de fora tão fácil balança
Também casando isso a uma amarga vingança
Desde o que havia antes de mim fiz o lego
Lágrimas só saíam de onde inflava seu ego
Há mais mentira e jogos que novelas da tv
Algo tão falso quanto certos olhos de animê
Desses sim mais saem o salgado e pesado
Não entende como tanto em um dia é passado.

Não tendo mais o que dá e dizer, ouço seu choro
Esse e assim por dias a fio
Assim pulsando dois corações em coro
Escanteei tudo e todos para escutar uma voz
Com que disse no fim já não pensando em nós
Que o que me prometeu há 3 dias não mantinha
E sua promessa a outro valer mais que a minha.

Todos são diferentemente iguais no dia
Me disseram, me pediram não-covardia
Findou fazendo aquilo de que tanto temia
Ficou e substituiu enquanto na condição
A hora certa só estava certa em sua razão
Que só desmancha algo quase que à lá Calígula
Sem ponto final, apenas ponto e vírgula.



A outro fala o mesmo
Vitíma-se e enaltece uma possível doença
Deles extrai hábito alimentar e crença
Deixando sua própria identidade no bolso
Com histórias como não mais que esboço
Não sabe do que fala, faz e sente
Por isso àqueles a quem dá a mão
E principalmente a si mesma mente.

Caprichei no meu amor a você em HTML
Esse que só o peito consegue renderizar
O matou e nem foi reconhecê-lo no IML
Me fechei e que saísse e fizesse eu sugeria
Ao desfecho ouço que comigo não vivia
Ações sujas e mentiras vieram à tona
Ferido, culpado e sozinho levantei toda lona.

Bela e nova como uma leve Valquíria
De quem não esperava que guardasse
A poesia no canto e pendurasse a gíria
Em seu pescoço pelo qual eu tanto
Morri de preocupação
E por várias silenciei o pranto;
Pela mesma preocupação
Quis você no mesmo educacional
Pra me mostrar que um sábado à noite
E ele podem ter o mesmo grau.

Dadas séries já sem graça na tela
Quem vai rir do meu canto à capela
Se Jack fez gargalhada
E Lenine pintou em você a donzela
Desistindo de traços com muita pena
Sem dedos miúdos e magia de Athena?
Não há mais jogos nem palavra deitada
Deixando a possibilidade de enfisema.


Achava que tinha a força de um minotauro
Até não ter a noite de Cadilac Dinossauro;
Sem sabor ficou o tempero do tal Maliboo
Na cozinha cadê hoje aquele branquelo nu?
Que tão alvo faz a verve e ao seu mescla
Também alva ilumina no encostar de testa.

Eu tava aqui o tempo todo só você não viu
Como o canto dela diz
Nem de longe traições são bem mais sutis
Discordando do outro canto
E me diz causando espanto
Que me deixa por me amar e fiquei por ficar
Ergueu carinho mas não devolveu acalanto.


Vejamos, menina, quem mais foi perverso
O que são dois ou três dias assim, sumido
Pra uma ida definitiva com tudo tão doído
Nada gradativo mas ligeiro sobrando verso
Pedindo que eu fique, logo fazendo inverso
Com falas ilógicas e na dúvida submerso.

Independente num lugar pra mim bem novo
Resolvi contrariar a maioria desse povo
Me prendendo a uma só pessoa ou menina
E quem poderia dar mais permissão que eu?
Só queria alguém pra por ora chamar de seu
Não pra sempre mas por um certo tempo
Sem costume à ideia restando o tormento.

Demorei vinte dias pra ter de volta a luz
E então vi dois olhos negros virarem azuis
Formulei términos causando choro soluçante
E me deparo com outro mais bonito e avante
Bem como achei que a anterior prestatividade
Era toda mas pequena quando o amor é verdade
Pois a ficar em par isenta de uma burguesia
Me oferece 22 horas pra dormir duas por dia
E essas dorme comigo, senhora maestria.

O Allan Poe que na sua boca ganha o materno
Me dando a definição de seu já doce inferno
Do terror ao romance, os escaravelhos à volta
O sossego que dita a partida daquela escolta
As extremidades não cantam o que há de correto
Quando a água de fora já não invade o concreto
O Contos em mãos certas em função de tê-las
O resto que fique com a culpa e as estrelas.

Jogue ao longe toda essa confusão de menina
Pra que depois de si não caminhem à guilhotina
Se bem sabe, mocinha, que é tudo sempre igual
Que seu tudo de dez meses era habitual
E se em metade do tempo vem o amor derradeiro
O maior e sincero que num estalar é costumeiro
A felicidade não é uma paixão a ela inerente
Não faz a passagem dessa dependência à frente
A vida deu-lhe alguns moleques e um só homem
A quem explicitou o Leal apenas em sobrenome.


Meu espanhol limitado já não é mais insano
Esse abraçou e casou com o lindo castelhano
Perdão pela extensão, mas que difícil é amar
O romance sem tinta não me deixa simplificar
Ao menos creio eu que não mais do que isso
Sem resposta válida dou retorno ao compromisso
A música invade no que covardia é fugir disso
Compreensão e nexo são o que já não busco
Extração da essência, 
o restante vomito e cuspo
O último adeus foi sério, 
com isso não posso
Se aprochega, amor, 
tá aqui o balanço do nosso.

Evandro Simões

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